Uma das mais inúteis invenções do Homem dos últimos séculos foi o Livro de Recordes do Guinness. Pessoas anónimas, geralmente oriundas das mais recônditas terriolas norte-americanas, animais selvagens ou simples caniches de penteados deprimentes e atentatórios da dignidade do cão canídeo, deixam o estatuto de nobre desconhecidos para se tornarem famosos pelos seus (in)assinaláveis feitos.
Desde a senhora de cabelo despenteado e óculos de fundo de garrafa que treinou a sua cadela para saltar a alturas superiores a metro e meio (segundo ela porque quando a cadela era pequena "não parava de andar aos saltinhos"); à jovem que possui um cavalo pigmeu - e atente-se à informação adicional que a jovem faz questão de nos fornecer bem ao estilo Jorge Gabriel no final de cada pergunta do Quem Quer Ser Milionário?: "há os mini cavalos, do tipo A e B [assim como há os ovos de tamanho L e XL, acrescentaria eu]; e há os cavalos pigmeus que ainda são mais pequenos que os mini cavalos de tipo A" - e que tenta bater o recorde: salto em altura mais alto jamais executado por um cavalo pigmeu, marca que se cifra nos 60 centímetros (!); até ao freak de 850 kg, provavelmente proveniente de uma terra onde abundam os restaurantes de fast-foog (o que engloba qualquer lugar nos EUA), e que possui uma belíssima cascavel com a qual decide procurar (e consegue) bater o recorde: maior número de balões rebentados por uma cobra num minuto (!!!).
E penso que daqui não conseguirei avançar. Se ainda podemos considerar como equacionáveis os dois primeiros "feitos", este último é delicioso de tão... estúpido. Quem é que se lembra, caros leitores - e digo isto já a espumar-me fartamente - de pôr uma cobra, venenosa, letal e que faz um barulho irritante com a cauda a rebentar balões? Balões daqueles que se usam nas festas de crianças, às cores! E sabeis vós qual o processo para conseguir o "feito"? Nada mais inteligente que atiçar o bichinho contra os balões e deixar que ele, com os seus dentes carregados do suculento veneno, mortal para qualquer animal, rebente os ditos. Muitos parabéns caro amigo, conseguiu bater um recorde difícilimo. A cobra rebentou nos 60 segundos a impressionante (de tão ridícula) quantidade de... onze balões.
Desde a senhora de cabelo despenteado e óculos de fundo de garrafa que treinou a sua cadela para saltar a alturas superiores a metro e meio (segundo ela porque quando a cadela era pequena "não parava de andar aos saltinhos"); à jovem que possui um cavalo pigmeu - e atente-se à informação adicional que a jovem faz questão de nos fornecer bem ao estilo Jorge Gabriel no final de cada pergunta do Quem Quer Ser Milionário?: "há os mini cavalos, do tipo A e B [assim como há os ovos de tamanho L e XL, acrescentaria eu]; e há os cavalos pigmeus que ainda são mais pequenos que os mini cavalos de tipo A" - e que tenta bater o recorde: salto em altura mais alto jamais executado por um cavalo pigmeu, marca que se cifra nos 60 centímetros (!); até ao freak de 850 kg, provavelmente proveniente de uma terra onde abundam os restaurantes de fast-foog (o que engloba qualquer lugar nos EUA), e que possui uma belíssima cascavel com a qual decide procurar (e consegue) bater o recorde: maior número de balões rebentados por uma cobra num minuto (!!!).
E penso que daqui não conseguirei avançar. Se ainda podemos considerar como equacionáveis os dois primeiros "feitos", este último é delicioso de tão... estúpido. Quem é que se lembra, caros leitores - e digo isto já a espumar-me fartamente - de pôr uma cobra, venenosa, letal e que faz um barulho irritante com a cauda a rebentar balões? Balões daqueles que se usam nas festas de crianças, às cores! E sabeis vós qual o processo para conseguir o "feito"? Nada mais inteligente que atiçar o bichinho contra os balões e deixar que ele, com os seus dentes carregados do suculento veneno, mortal para qualquer animal, rebente os ditos. Muitos parabéns caro amigo, conseguiu bater um recorde difícilimo. A cobra rebentou nos 60 segundos a impressionante (de tão ridícula) quantidade de... onze balões.
Pois muito bem, podia ter rebentado 1 ou 350 milhões que o recorde seria batido na mesma, sabe porquê, caro amigo? Porque mais nenhum idiota à face da terra se lembra de ter cascaveis em casa para treiná-las e bater com elas o recorde maior número de balões rebentados por uma cobra num minuto!!! Pela simples razão: isso é estúpido, perigoso e não faz o mínimo sentido.
Mas la está, assim também eu vou bater recordes do Guinness. Um prezado colega blogger desta casa, que não vou estar a nomear, tentou já, embora fracassando, bater o recorde indivíduo capaz de comer um bolo de arroz num minuto. E eu vou mais além... Irei bater o recorde: pessoa no mundo que consegue equilibrar em cima da cabeça, durante um minuto, o maior número de nacos de melão envolvidos em fatias de presunto com um palito a atravessá-los de um lado ao outro e embrulhados numa folha de papel enquanto lê o jornal Expresso e toma café, com o televisor ligado no canal Bloomberg. Serei capaz?