domingo, 8 de fevereiro de 2009

O bom filho à casa torna

Há dias, enquanto regalado caminhava por entre hortaliças e beldades no mercado do Bolhão, alarve fulano do meu deleite avassalador à frente se me trespassou, e com fogo na vista e ódio no indicador, para mim apontou e desdenhosamente conjugou:

«Ah, vil pantomineiro de pretensões pouco definidas mas decerto impuras e falaciosas.
Cedo te juntaste a nós, e agora cedo nos cospes na cara. Arde a pé de Mefistófeles, vil trapaceiro amante de menores!»

E sentado naquilo que à primeira me pareceu um Grifo, mas que à segunda se revelou uma Yamaha SR250, eclipsou-se delirantemente.

Devo confessar que anos de pantominices me calejaram o espírito e aguçaram o sentido, mas ainda assim não pude deixar de me sentir melindrado após tal confronto.
Devo pois admitir que tenho sido um mau membro do Torrada do Meio, colectividade que com tanto amor me acolheu no início da minha actividade académica. Como diz o ditado, o bom filho à casa torna, mas como o bom filho anda ocupado num negócio de compra e venda de portáteis “usados”, retorno eu.

Obrigado pelo aviso Ferreira Ribeiro. Já agora, onde compraste a Yamaha?

3 Comments:

Anónimo said...

"pretensões pouco definidas mas decerto impuras e falaciosas"

pretensões falaciosas serão... as pretensões silogisticamente erradas?

TR said...

ahahahahah xDDD

Guilherme Silva said...

Individuo que não me grama:
Sim, deve ser isso.