segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Uma questão de sentimento

Ponto prévio: este vídeo NÃO É SÓ a selecção de râguebi a cantar o hino nacional. Tem mais qualquer coisa. Por isso vejam. Obrigado.



As princesas são importantes demais para cantar com tanto entusiasmo... E depois os resultados estão à vista.

(Não é meu costume postar duas vezes seguidas, mas a prestação mais que meritória da selecção de râguebi e a vergonha de jogo da selecção de futebol estavam a pedi-las.)

6 Comments:

Anónimo said...

Agora sao princesas. Quando fizeram um grande europeu e mundial eram os maiores. Trata-te e deixa-te de fazer frases bonitas e feitas

Anónimo said...

sim, mas as vezes bem se podiam esforçar mais um bocadinho.... nao custa nada!

Ferreira Ribeiro said...

Frases feitas não são meu apanágio. E não as encontro no meu post.

É certo que durante o Europeu e o Mundial a prestação da selecção portuguesa foi muito meritória. Mas uma coisa é certa: a minha posição sobre a selecção portuguesa tem sido sempre constante e não sou pessoa de mudar de pensamento a cada jogo da selecção, muito menos de me deixar levar em ondas de euforia (fui sempre de capaz de apontar os erros da selecção na final do Euro 2004) ou, pelo contrário, de me juntar ao coro irracional de assobios. Mas quando temos de criticar, temos de criticar. Para além disso, o facto de o Mundial e o Europeu terem sido boas prestações da selecção portuguesa não implica que tenhamos de estar a venerar a cada momento essas participações. Obviamente não poderemos ser injustos. Mas não deveremos também cair no erro de não fazer uma apreciação crítica apenas porque o passado é bom. Quando João Pinto deu aquele murro ao árbitro do Portugal-Coreia do Sul todos o condenaram por isso (e não poderíamos deixar de o fazer), porém João Pinto tem um passado glorioso ao serviço de Portugal e recorde-se desde logo a sua óptima prestação durante o Euro 2000.

Mais, convirá não esquecer o carácter deste blogue: satírico e com pretensão de ter alguma piada. E o vídeo vem naturalmente nesse sentido.

Para além disso, agradecia que me aviasses uma receita que tenho ali para poder começar o tratamento a que me aconselhas.

jünger said...

por acaso para mim nunca foram os maiores porque uma selecção que, para todos os efeitos, fica aquém das expectativas como ficou no Euro 2004, por exemplo, nunca pode ser a maior. Uma selecção, equipa ou seja o que for, plena de capacidade,que ano após ano, apuramento após apuramento, torneio após torneio enche o povo de esperança, cega os adeptos de euforia, faz-nos colocar a bandeirinha na janela e na hora da verdade falha - sim, falha, porque ainda não consegui ter um momento com a selecção do meu país em que saísse do Estádio, desligasse a televisão e me pudesse sentir cabalmente satisfeito com o resultado atingido pelo trabalho dos seleccionados - não pode merecer 100% do meu louvor. Já sei que para o adepto da pipoca, como aparenta ser o amigo João, o típico argumento expresso no seu comment serve sempre para justificar seja o que for. Pois, na minha modesta opinião, não há argumento que justifique mais de 11 indivíduos de nacionalidade portuguesa que não sabem, repito, não sabem, conhecem ou muito menos têm memorizado um dos símbolos principais da sua nação. Sim, porque embora a maioria dos meus compatriotas lusos queiram continuar a ignorar, aquilo com que estamos a lidar é o Hino Nacional de Portugal. Por conseguinte, deveria ser algo entoado com respeito, sinceridade e orgulho. Conclui-se que não é entoado porque estes senhores simplesmente nem o conhecem, naturalmente nem sinceridade muito menos orgulho poderão sentir.. Tudo isto é uma questão de sentimento. Não é ridículo ver os primeiros atletas a gritar o seu hino, é bonito ver como homens que nem profissionais daquele desporto são, estão emocionados com o privilégio de representar o seu país, num momento histórico. É bonito ver a festa que foi feita pelo atleta a conseguir o primeiro ensaio da historia do rugby português. Isto acontece porque se sente aquilo que se está a fazer. Acontece, porque estes homens não ganham milhões por cada toque que dão na bola. Acontece, porque ir à selecção não é um autentico sacrificio como aquele espelhado na cara de Ronaldo ou Nuno Gomes, é um privilégio, porque se lutou, chorou, sofreu muito, por um lugar que talvez nunca mais seja ocupado por uma equipa nacional portuguesa.

Aconselho ao 'João' que, já que se sente tão ofendido pelo desrespeito às princesas, quando os for confortar por mais um sacrifício que fizeram na Luz e Alvalade, e pela tristeza que estarão a sentir neste momento num bar qualquer ou no seu quarto de hotel muito bem acompanhados, pelo sentimento de culpa (!...) que tem por terem desiludido (outra vez) o povo do seu país, que lhes estenda o tratamento prometido ao autor do post. Basta uma dosezita de humildade, respeito e empenho.. ou então que ponham os Uva com a bola nos pés.. pelo menos alegria a jogar não faltaria..

à consideração!

P.S. gostaria que o autor do primeiro comment inclui-se no seu próximo comentário o segundo argumento típico do adepto da pipoca - temos de estar muito gratos porque afinal o nosso seleccionador já foi campeão do mundo pelo Brasil!

nada espacial said...

joão, vou responder-te como devias ser respondido. à altura do teu comentário:

"joão come um cagalhão"

Anónimo said...

Este post foi feito dois dias antes do jogo em Alvalade.
A performance dos nossos jogadores foi tão irrepreensível, pautada por uma vontade de vencer e um inconformismo de tal modo sentido, que o apuramento para o Euro2008(que desde o mundial é tido com um dado adquirido)está agora mais complicado do que as piores expectativas dos cépticos.
Num grupo com Azerbaijão, Cazaquistão, Arménia, Finlândia, uma Bélgica que mais não tem sido que uma sombra dos velhos -e áureos- tempos e com Polónia e Sérvia -fortes mas claramente ao nosso alcance- Portugal tinha como obrigação liderar o grupo ou, pelo menos, ocupar uma posição mais confortável parqa atingir a fase final.
Aparentemente, para se evitarem estes desnecessários calafrios, a UEFA terá que fazer como os responsáveis pela organização do festival da canção: qualificar, sem necessidade de apuramento, um número restrito de países, as "potências da Europa". É que, de facto, é fastidioso ter que disputar encontros contra aquelas equipas de leste que lutam, com os seus atributos técnicos limitados, para um apuramento que sabem ser uma miragem...
A exibição dos pupilos de Socolari(assim chamado pelo jornal "Record" de 13 de Setembro) apenas veio corroborar a opinião que o meu colega defendeu no seu artigo. A realeza voltou a claudicar.
Para concluir, deixo um trecho de uma música que se ouviu repetidas vezes há uns anos(não tantos quanto isso), mas cuja mesagem parece ter sido esquecida:
"Joga mais, sua mais, menos ais, menos ais, menos ais... Quero muito mais!"