Lia eu com relativo interesse a publicação mensal "Super Interessante" (belo jogo de palavras, hein?) que, apesar de ter nome de revista cor-de-rosa, versa, sobretudo sobre Ciência, quando me deparei com o seguinte texto:
"Em Agosto de 2003, um jovem neozelandês de 27 anos, chamado Peter Lynds, causou uma certa polémica. A revista científica Foundations of Physics Letters acabava de aceitar um artigo da sua autoria, o qual, segundo se dizia, iria revolucionar a Ciência. Após a publicação, chegou a ser comparado a Einstein e começaram a circular os mitos urbanos(...)."
Se antes lia com relativo interesse a publicação, agora todo eu me concentrava única e exclusivamente naquelas palavras tão excitantes (apesar de ter a televisão ligada na RTP Memória que geralmente me absorve totalmente, tal a qualidade dos seus programas). Algo que iria revolucionar a Ciência? Peter Lynds era já comparado a Einstein? O mundo iria, com certeza, mudar! Cura para a SIDA? Descoberta de vida extra-terrestre? Ou melhor, uma teoria que explique em condições o início de vida na terra? O meu coração batia já descontroladamente, procurando as palavras que respondessem às minha ânsia de conhecimento. Ganhando coragem, continuei:
"Lynds postulou que o tempo é uma ilusão e que a realidade não passa de uma sequência de acontecimentos relacionados entre si."
Uau!!! Nunca seria capaz de imaginar tal coisa! O tempo é uma ilusão? Que génio da Ciência! Que mente! Como é que estas pessoas iluminadas conseguem chegar a estas conclusões tão brilhantes? Só falta afirmar que o tempo foi uma invenção do Homem, decorrente das suas necessidades de convivência social e de subsistência, relacionadas com a sucessão dos acontecimentos e a necessidade de criar pontos de referência quanto a essa sucessão. O tempo é uma ilusão... Não estou em mim!
De facto, os cientistas conseguem sempre surpreender-nos com novas e fascinantes descobertas, muitíssimo necessárias à permanência do Homem na Terra. Que seria de nós se não fossem estas mentes brilhantes? Estou completamente rendido e, claramente, nunca mais serei o mesmo...
P.S.: Peter Lynds trabalhava (à época da sua grandiosa descoberta) numa companhia de seguros e havia frequentado na faculdade aulas de física durante um semestre. Uma vida dedicada à Ciência e um currículo invejável como este só poderia culminar com uma descoberta de tão elevado calibre.