quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

100% Alma

O nascimento de Jesus Cristo marca início de um calendário, o Gregoriano, adoptado por grande parte do nosso mundo como a referência temporal da História.

Jesus uniu num só credo, numa só fé inabalável, milhões de seguidores, sendo “alvo” de uma venerações despretenciosa e sem precedentes, pela sua bondade inata, pela vontade de ajudar o próximo, enfim, pelos ideais que defendeu até ao seu fim carnal… para nos salvar

Cerca de 2000 anos depois, surgiu uma nova estrela… Tal como Jesus Cristo, reuniu discípulos e arrastou multidões. Não na Palestina, mas em Portugal. Não por transformar água em vinho, mas por transformar passes em golos. Não por espalhar uma mensagem pelo mundo, mas por espalhar magia por incontáveis campos pelados de futebol…

José Manuel (a.k.a. Zé Manel Picão) nasceu para brilhar. Desde cedo se percebeu que ali havia algo mais do que puro talento; havia paixão. Paixão essa que, ao longo de mais de uma década, contagiou todos aqueles que acompanharam o maravilhoso mundo da Associação de Futebol de Braga, em particular um ilustre clube sito nas imediações da Cidade Berço: o Clube Desportivo de Ponte.

Com um porte e estilo de jogo elegantes (mas não menos eficientes), Zé Manel conduziu os destinos dentro das quatro linhas do clube que o viu nascer, sempre com toda a dedicação que um ser humano pode empregar numa tarefa. Contudo, o modo como encarava cada desafio, cada adversário, cada guarda-redes inspirado, cada muralha defensiva, dava a entender que para ”El Pibe de S.João”, o jogo não era meramente uma tarefa. Era uma autêntica filosofia de vida, perfumada por aquela fragrância, pautada por um fervor tão peculiar, por “aquele” fervor, que é apanágio dos predestinados.

Podia ter sido médico, advogado ou até construtor civil… mas o fado destinou-lhe o futebol, para gáudio da “aficción” do seu clube. Ver o Ponte a jogar, era ver o Zé a jogar. Não estou com isto a retirar mérito aos demais membros do plantel, apenas estou a exaltar, ou melhor, a recitar, qual epopeia, as fabulosas aptidões do nosso Astro.

No entanto, “everything that has a beggining, has an end”. Volvido um incontável número de temporadas ao mais alto nível, chegou a altura de pendurar as botas, arma letal ao longo da sua carreira, de onde saíram imensos tiros de regozijo das gentes…

Sem dúvida, o futebol ficará mais pobre. Mesmo assim, os momentos inesquecíveis por ele protagonizados, ficarão eternamente pintados na tela da nossa memória. Valha-nos isso.

Isso e a esperança que prolongue o seu trabalho, agora fora das quatro linhas. Que seja ele o Pastor de um rebanho fiel e empenhado, tal como Jesus foi. Refiro-me agora aos jogadores, que enriqueceram com o seu legado.

Fecha-se um ciclo, mas um novo começa. Do mesmo modo que o filho de Maria continua vivo no presente (e certamente continuará), a garra e o querer inabaláveis do nosso mágico ficarão para sempre incrustadas nos horizontes da memória.

Um bem-haja

Até Sempre

3 Comments:

Hugo said...

isto é de kem nao bate bem do juizo...

Anónimo said...

Como piaçabeiro e com todo o gosto , ando a fazer uma visita aos irmãos de armas .

Até à próxima .

Anónimo said...

El pibe de S.Joao!! Picao 4ever!!