sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Estupefacientes

Enquanto somos novos, pensamos que somos de ferro, que nada pode causar amolgar a nossa saúde.
Expomo-nos a todas as intempéries sem preocupação por encontrar abrigo, dormimos mal e ingerimos cafeína q.b., consumimos alimentos de elevado teor calórico e com pouca diversidade nutricional; levamos uma vida demasiadamente sedentária; praticamos pouco desporto,; respiramos ar poluído e fumamos tabaco como se de rebuçados se tratassem; bebemos bebidas alcoólicas; vamos frequentemente para a cama com os dentes por escovar....
Com tudo isto e muito mais, o ferro começa a enferrujar. As rodas e as engrenagens começam a perder fulgor, a pedir óleo.
Ao fim de alguns anos, aumentam os custos de manutenção. O factor capital começa a perder rendabilidade a olhos vistos, caminhando no sentido de se tornar obsoleto. O problema é que a mudança de peças só se pode fazer em casos extremos e acarreta riscos muito elevados, podendo inclusivamente comprometer irreversivelmente o material.
Iludido, julguei ter descoberto a solução para os meus desaires na gestão da saúde: a droga. No curto prazo, potencia a produtividade.
Todavia, parece que, no final do exercício, não faz nada bem...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Bruce Willis

Para muitos provavelmente o melhor actor alguma vez captado em película, Bruce Willis é um ícone vivo.
A dias dos 53 anos, Bruce Willis distingue-se como o ídolo de grande parte dos estudantes de Direito em Portugal. O seu charme, a sua desconcertante frieza face ao perigo, e todo o look “Who gives a fuck?”, tornam-no no modelo a seguir por esta classe estudantil portuguesa quando confrontada por provações como Direito Administrativo, orais que serviram de inspiração a inspectores em Guantanamo Bay, e vilões de hirto laço.
Segundo recentes dados do INE, ídolos como Dalai Lama, Martin Luther King Jr. ou António Sala, foram recentemente ultrapassados pelo actor que nas telas celebrizou o detective John McClane. Os dados mostram que para isto contribuiram o recente sucesso de Live Free or Die Hard, onde de novo portagoniza o intrépido detective, bem como o facto de se ter divorciado da sua belíssima esposa, sem nunca abandonar o seu look “Who gives a fuck?”…
Há dias perguntaram-me porque abandonei a praxe. “Porque queria ser o caloiro ‘Bruce Willis’, mas eles preferiram chamar-me caloiro ‘bonito’!”, respondi. Foi duro…
A minha prima Isabel não gosta do Bruce Willis, mas eu cá admiro-o…

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Quem quer saber? Queremos todos!

A família Torrada do Meio está hoje bem consolidada. Não há recanto deste universo internético - sim, inventei a palavra agora - que não tenha já sentido, nem que ao de leve, a intensa marca, a fortíssima intensidade criativa, o inesquecível fervor apaixonante que brota bem lá do fundo de cada um dos reconhecidos bloggers desta casa. Depois dos já falecidos A Ribeirinha e O Chato, e dos intensamente criativos Another Stupid Blog, Echoes e Tangerina, nasce um novo blogue de um dos autores do Torrada do Meio.
O Who Cares? (I do) é o novo espaço do nosso prezado Tiago Gmr. Não deixem de o visitar, pois toda a intensidade discursiva, expressividade estilística e cativante imaginação do seu autor não vão deixar de vir ao de cima em cada texto. E parece que neste novo blogue poderão conhecer uma nova vertente do nosso Tiago. Um endereço a não esquecer.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Fome. Esperança. Gula

Passava já das 10:30h quando abandonei, a custo, o meu pachorrento leito. A fome já durante a noite me vinha apertando o estômago, mas nada havia em casa para saciar meu voraz apetite. Passaram-se as horas, e a preguiça superava a fome. Definhava, isolada do mundo, à distância de uma refeição que me ressuscitasse, me trouxesse de volta a vontade de viver...
Talvez tenha sobrevivido, mas já nem sei dizer. Só me lembro de regressar à cama, desejando algo que pudesse dar um novo sentido à minha existência, de uma qualquer luz que não a do meu velho candeeiro que me guiasse nas tortuosas jornadas da vida.
Antigamente eu não era assim, perdida e pessimista. Era uma jovem positiva, que irradiava uma alegria inigualável, que contagiava com risos as outras pessoas com tanta facilidade como se tal se tratasse de um vírus incurável...e do qual ninguém parecia ter pretensão de recuperar.
Agora, faminta, melancólica, moribunda, apercebi-me de uma coisa. Preciso de alguém ou alguma coisa que me contagie como eu fiz em tempos aos outros, que me revitalize o corpo e a mente, de um Red Bull incorpóreo que me dê asas...

Ou então outra coisa...




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Evolução da espécie...

Evolução...provém do latim "evolutio", i.e, "desabrochamento"(palavra envolvida de uma certa pertinência no tema em questão)...
Desde o século XIX, "evolução" é geralmente usada como referência a uma evolução biológica e mudanças nas características da vida(e que mudanças...).



Hoje falarei de uma espécie em especial...Os ícones da miudagem...
Não falo de qualquer Super-homem ou Homem-aranha...mas sim das meninas escolhidas para entreter a criançada...


Longinquamente...tudo começou com a Xuxa..."rainha dos baixinhos"
...e como qualquer produto estrangeiro que funciona...viria a ser adoptado em Portugal...
Bonita, jovem, boa voz entre muitas outras coisas boas e sugestivas (basta ver o quão apelativa parece esta capa)->


Recuemos à minha infância...

Sei eu hoje que começou no A e a seguir vem o E por causa desta "menina inocente" ...



Cantava e encantava "xinkiwinkis"...

A menina começou a sentir-se mulher e a necessitar de algo mais...especialmente na região do peito...

Resultado...



History repeats itself...Poderia ser este um exercício de "descubram as diferenças"?

Os miúdos sabem hoje o valor da amizade por causa desta "menina inocente"...



Cantava e encantava "xinkiwinkis"

A menina começou a sentir-se mulher e a necessitar de algo mais...especialmente na região do peito...



Resultado...



O que é hoje a Ana Malhoa? o que será amanhã a Luciana Abreu? (deixo a entoação à escolha do leitor, de desapontamento, indignação ou excitação)

Não deixa de me dar um especial prazer sádico ver certos assassínios de carreira...já ouvi dizer porém, que os shows lésbicos na lama resultam em assinaláveis fortunas para as suas intervenientes...

Ps: aguarda-se ansiosamente pela próxima Estrela dos mais novos...diz-se já estarem abertos os castings...Alexandra Lencastre esteve na calha, porém o seu aspecto maternal pareceu não adequar-se aos progamas que começam às 7 da manha, estando porém assegurada a sua contratação para os programas que acabam às 7 da manhã!

A equipa Torrada do Meio teve acesso exclusivo aos mais recentes castings...fiquem com a Náná!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Do Carnaval e do frio que nessa época se sente em lusitanas terras

Dizem os maiores sábios da Geografia mundial que no hemisfério norte, entre 21 de Dezembro e 21 de Março se vive uma estação do ano denominada Inverno. Alguns mais radicais, incautos até, ousam sustentar que nessa época, no hemisfério norte, as temperaturas são baixas, a pluviosidade mais elevada e o sol brilha mais tímido, por entre as nuvens carrancudas que pintam de cinzento o manto azul celestial, que costuma pairar sobre nossas cabeças. Nunca gostei muito de cientistas. Sempre os encarei como meros frustrados da vida, seres que pela sua incapacidade de se integrarem na convivência social, se preferem entregar ao mundo das pipetas e dos tubos de ensaio. A sabedoria popular, essa sim, encontra geralmente resposta para todas as ânsias e todas as necessidades mais básicas a que o Homem, enquanto ser político e biológico, tem forçosamente de responder.


E que bem se pronunciou a sabedoria popular (popularucha, direi melhor) portuguesa sobre esta acesa polémica das estações do ano. Que melhor argumento que os grandiosos desfiles de Carnaval à moda brasileira de localidades como Ovar, Mealhada e Nazaré? É tão claro como a água que entre Dezembro e Fevereiro não se fazem sentir temperaturas reduzidas neste luso cantinho. Como poderá o argumento proceder face a imagens como esta?




Repare-se no azul do céu lá atrás e na forma como está vestida a multidão que assiste na moderníssima arquibancada, construída para melhor comodidade do público (atente-se a título de exemplo no indíviduo de camisola vermelha)... É notório o calor que se faz sentir na localidade que serviu de palco a este grandioso desfile de Carnaval, que quase (quase) faz inveja ao desfile da cidade brasileira de Santa Catarina de Japarecuaçú.

Mas não se esgotam aqui os argumentos. A comunicação social encarrega-se de os enumerar:

«3 fevereiro 2008

Cancelado o Corso de Domingo - Em virtude das condições meteorológicas, está oficialmente cancelado o desfile de hoje. (...)»

in http://noticias.sapo.pt/lusa

«Nazaré, Leiria, 03 Fev (Lusa) - A chuva intensa que se fez sentir na vila da Nazaré interrompeu o desfile carnavalesco na Marginal, mas muitos foliões ainda insistiram em terminar o corso.»

in http://carnaval.ovar.net/

Meus senhores, reformem-se os manuais e os programas de Geografia do ensino básico e secundário, que as nossas crianças estão a ser mal formadas!

PS.: deixemos as imitações rascas e defendamos a tradição portuguesa. A importação é bem-vinda quando necessária e, acima de tudo, quando feita com bom gosto. Para quê fazer desfiles com senhoras em biquini, por mais agradável à vista que isso possa ser, se as condições atmosféricas desta época do ano não o permitem? Sejamos razoáveis. Resta-nos esperar que as meninas da fotografia não tenham ido parar ao hospital com hipotermia. 'Taditas!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A idade da inocência (e da discórdia)

Há perguntas que são inevitáveis. Pura e simplesmente somos impelidos a fazê-las quando para tal surge a oportunidade.


"O que é que queres ser quando fores grande?"

Pais, avós, tios, primos mais velhos, professores, amigos dos pais, familiares por afinidade sempre a obedecer ao protocolo de perguntar... Enfim, todos nós ja fomos questionados quando ainda cambaleávamos de guizo na mão, quando andávamos à volta da fogueira sem saber o que tinha custado a liberdade.


Quantos bravos bombeiros, quantos dedicados médicos, quantos rigorosos polícias, quantos craques da bola teríamos hoje se o nosso futuro tivesse sido definido nessa altura... Sonhar é bom. Ajuda-nos a crescer, a sermos realistas, a termos uma meta, ainda que saibamos de antemão que tal nunca passará de uma miragem.

Contudo, há quem não queira passar para a faixa etária subsequente (e não me estou a referir à Floribella). Há sempre alguem que quer remar contra a nefasta irretroactividade da suprema Lei da Natureza.


"Quando eu for grande quero ser pequenino!" insistem alguns incautos garotos, plenos de inocência.

E não é que alguns conseguem mesmo rejuvenescer?

Mas... Serão eles capazes de suplantar a lei perante a qual não há possibilidade de recurso? Não estou seguro disso. Talvez consigam ultrapassar a lei, mas apenas a criada pelos homens...


Se Deus quer, e o homem sonha... Porque não?